terça-feira, 29 de novembro de 2011

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Preferimos pagar a conta

De uns tempos pra cá, tenho abraçado mais minha avó.
Voinha, eu chamo.
Ontem mesmo, estava já esperando o elevador, fechado a porta a pouco tempo e até me despedido dela, que ficou na mesa, cansada do trabalho, fazendo contas.
"Ah!", pensei. E não aguentei.
Entrei de novo, dei um abraço desengonçado nela (ela estava sentada, afinal) e, durante isso, ainda a ouvi dizer:
"Eita, esses meninos estão sempre esquecendo alguma coisa!". Concordei: "É mesmo!" - enquanto a deixava amassadinha.
"O que foi, dessa vez?", perguntou.
Sem soltá-la, satisfeita, respondo: "Isso!".

Agora sim, eu podia ir. E a deixei lá, fazendo contas. 
Abraçada. Com um sorriso.

Os pontos podem fazer tudo parecer cheio de orgulho. Mas tudo aconteceu em meio a sinceridade e sorrisos. Mesmo se tratando de duas chatas, até o pensamento que me fez voltar pra abraçá-la estava com olhos apertados, covinha nas bochechas e dentes à mostra.

domingo, 18 de setembro de 2011

Sobre morte

Casa vazia.
Onde um dia se fez e tomou chá, acariciou o gato, dormiu no jardim sem querer.
Onde recebeu os netos, criou os filhos, viu TV.
Casa vazia.

Casa bonita. Grama livre.
Gato sozinho. TV desligada.
Luz apagada.

Casa bonita. Triste.
Casa vazia.

sábado, 10 de setembro de 2011

Na cozinha, amor não basta.

Cookies que ora querem ser papa ora querem ser uma bolacha só; cupcakes impossíveis; muffins que tentam se comportar bem - e não conseguem.
Sinto como uma daquelas mães que, antes mesmo de seus filhos deixarem de parecer feijões, traçam, com amor, um plano perfeito para eles.
Ao crescerem (às vezes nem tanto), mesmo bem-criados, resolvem ser algo bem diferente daquele menino ou menina dos planos. E nem é que o "filho alternativo" que ele se tornou seja ruim, minha gente, mas é que a mamãe esperava algo tão diferente...

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Rugas

Se há quem sorria por nada, por que não posso sorrir por tudo?

Já concordei, um dia, que "(...) rir de tudo é desespero".
Hoje penso que é sabedoria. Talvez um pouquinho de loucura-essencial também.
O sorriso não precisa ser gargalhada. Pode ser o de canto-de-boca. O dos olhos. O da pele. Pode até ser amarelo, se quiser. Aquele que eu já considerei tão falso! Bichinho. Talvez ele seja assim porque sentiu vergonha e não soube como reagir ou mesmo viu alguém que não queria tanto ver, mas quis ser educado e aparecer...
Sei lá.
Penso que até as lágrimas sorriem, por estarem caindo. Afinal, que outra forma elas têm de serem vistas senão essa?
É claro que alguém pode ler tudo que escrevi, considerar baboseira e dizer que, sendo assim, a lágrima também pode ser como o sorriso e existir de qualquer e várias formas. Não seria mentira, mas, pra esse, eu diria:
Bichinho!, sorria!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Por ora, carvão.


Quando minha existência me parece meio desafinada, desconexa, fora do tom desse mundo.
Quando parece que esqueci o que aprendi sobre ler a Partitura e a esperança que pode-se achar nela.
E meu corpo me pesa mais do que meus 54kg.
Tento respirar fundo, nem sempre consigo.
Se consigo, não resolve.
Revejo meus acordes. Assumo que são pobres. Ainda assim, não me conformo.
O sorriso vem logo.
Sempre tem Alguém que me manda alguém que me coloque no colo.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Bandeira

Não descobri isso sozinha, alguém que nem conheço veio me dizer: Eu tenho cores.  
Desde então, me agrada muito pensar que certas cores são minhas. Penso também que não se trata de cor da pele, já que eu sou bege e ninguém pode negar.
E não me pertencem por eu tê-las criado, fazendo uma mistura com várias cores já existentes ou algum processo menos óbvio que eu até desconheço. De alguma forma são minhas, mas não posso, não vou e não quero ter exclusividade sobre elas. Essas cores, descobri, são as que meus olhos perseguem e, sempre que possível, captura. Quando isso acontece, mostro ao mundo (ou só a quem quiser ver mesmo). Quero mais é que sejam vistas, que toquem as pessoas de qualquer forma e as comovam - palavra que um amigo querido usaria. Que elas sejam, estejam e existam(!) junto com as cores de cada pessoa que passa por mim.
Que às vezes fica, que às vezes vai.
Mas que sempre vem.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

DIY

Quando a menina mostra, toda orgulhosa, com um sorriso meio encabulado, meio escondido, meio azul, a saia que fez com as próprias mãos. É uma pontinha de orgulho de si! Não daquele orgulho que faz com que não se fale mais com as pessoas ou não se peça perdão sabendo do erro cometido.
Mas sim aquele orgulho, que faz querer respirar fundo e dizer pro mundo:
Eu que fiz!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Tulipa Azul

É difícil entender o tempo todo o tempo todo.
Só algumas horas que eu consigo..

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Gran Sauvignon Blanc

Alguns livros não podem nem merecem ser engolidos de uma só vez, como uma ostra gosmenta.
No lugar disso, merecem ser provados com a mesma atenção e paixão com as quais algumas pessoas fazem com vinhos.
Ainda que corra o risco de parecer um passarinho-que-tenta-ser-gente, com biquinho e tudo mais, falando sobre o suave gosto de madeira, o leve aroma de frutas cítricas, o roxo-rubí-intenso e os tantos anos que aquele vinho já completou (alguns já são tão, tão, tão velhinhos - e esses, recebem ainda mais atenção e valor) e que o fazem ser o vinho que é.
Penso que certos livros merecem essa atenção. Não todos, claro. Assim como os vinhos. Não acho que algum enólogo sentiria prazer em degustar um daqueles vinhos que se compra na falta de algo pra levar a um luau.
Mas esses, aqueles, os específicos-não-especificados, merecem cada biquinho que se faz pra sentir o leve gosto de madeira, a torcidinha de nariz pra que se perceba o aroma das frutas que sentiram um pingo de vontade de serem azedas (daí, tornaram-se cítricas), os encontros fracionados das pálpebras ajudando a notar cada tonalidade que, juntas, resultam num roxo-rubí-intenso tão bonito, mas tão bonito!, que só a sensibilidade de perceber que aquele vinhozinho já está mais pra velhinho para torná-lo ainda mais assim: especial!

Por isso, mesmo que eu nunca tenha experimentado vinho, recomendo:
Sentir o gostinho de cada capítulo de livro como um degustador-passarinho que se preze faz em cada um de seus goles.

domingo, 3 de julho de 2011

Vida depois das 2h01, apartamentos, drama e escaleta


Chega a noite;
não posso treinar - o mundo todo quer dormir.
Se eu tocar, não deixar, só fariam reclamar.

Talvez, se eu tocasse bem,
não perturbasse ninguém,
pudesse ir mais além:

Treinar até mais tarde
e um dia, quem sabe,
eu tocasse bem...

sábado, 25 de junho de 2011

Observação que antecede qualquer "Lista de Ingredientes" e "Modo de Preparo"

Meus alimentos preferidos nunca tiveram, em seu preparo, a dor como ingrediente - nem secundário e tampouco principal.
Quero me alimentar do que é doce, salgado, azedinho ou até ácido (como é o caso das minhas jujubas preferidas), desde que seja bom e faça bem.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Bonança. Resiliência. Ventura.

Escrevo poesias -ou palavras soltas- em cadernos pequenininhos, pequenininhos.
Com muito cuidado pra que ninguém veja, escrevo com as mãos quase juntas ao corpo e com os olhos quase beijando o papel (às vezes branco, rabiscado com desenhos, amarelado; às vezes bonito) - ainda que só eu esteja perto. Cada palavra, como se fosse preciosa e estivesse sendo usada pela primeira vez...
Improvável.
Até eu, que quase não escrevo, já escrevi tanto! Muitas palavrinhas, nem um palavrão; palavras grandes, redondas e prepotentes e palavras curtas, não-grossas e dependentes - daquelas usadas quando se quer dizer muito, dizendo pouco; que quase pedem abraços.

Algumas, se esforçam um bocado para irem parar num envelope azul, mudarem de casa, de dono. De tanto querer, às vezes conseguem - vezenquando até sem esforço, assim: Elas vêm e trazem toda família.
Outras, ficam lá, quietinhas, numa quietude tão presente, tão sonora, que -sem perceber- acabam ocupando minha mente por semanas. Ou pela vida.

Entre essas, têm as minhas preferidas. Ao contrário do que as mães sensatas fazem, eu -talvez por não tê-las criado- não preciso esconder minhas preferências. Essas, não só ocupam minha mente, como me acompanham e me são muito úteis - tanto que, sem medo que elas se percam, sofram mudanças ou se tornem banais, eu as dou de presente.




sábado, 11 de junho de 2011

Sobre universalidade.

Lavar pratos se torna tarefa insuportável a partir do momento que, por qualquer-que-seja-o-motivo, não se permite fazer espuma.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Peso-pena

Deixando de lado a bagagem clichê que a fizeram carregar, digo que "Esperança" é grande.
Digo também que, mesmo com seu tamanho e todo o peso da bagagem acrescentada por outros, eu faço questão de carregá-la comigo.
Sem reclamar. Agradecendo.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Post-it,

desde 1977 ajudando a lembrar daquilo que não é possível esquecer.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Treze segundos pós-sono.

Todo mundo quer aprender a fazer moonwalk.
Até perceber que não faz sentido andar para trás.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O que eu penso quando estou na varanda



Penso em como o dia começou...

Se você, sem querer, me deu um susto, se eu te vi abrindo a porta ou se você me acordou.
Em como passou rápido(!). Sempre passa.
E fica - assim como você, quando passar pela última porta.
Penso que aquele menino, que agora tá indo, volta.
Se andando, dançando, dirigindo ou de ônibus, eu não sei.


E espero, assim, na varanda mesmo, por alguns não-muitos segundos, o dia em que talvez você não precise mais ir.

sábado, 9 de abril de 2011

Em Maceió é assim

Relâmpago é o flash da câmera com a qual o céu às vezes fotografa o mar.
Trovão é o mar reclamando que a foto ficou feia ou agradecendo por ela.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

dEle, cada mente

Sou a favor de que todas as coisas sejam feitas com o maior Amor do mundo.

Mesmo que esse "mundo" seja apenas o seu.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Guaxininho

às vezes não gosto de mim, daí me mudo.
continuo na mesma casa; faço um ninho.

Fica tudo bem.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Versinhos são

E, de repente, se descobre a grandeza dos versinhos.
Percebe-se que às vezes eles são tão grandes,
que passa pela cabeça o perigo de eles não caberem em si mesmos.

Mas, sem medo, escrevo:

Vou te encher de versos diversos
Todos eles sem aspas
Pra te fazer sorrir
E saber: Fui eu quem fiz.

Pra você.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Saudade tem gosto de aperto

O que gosto na saudade é que ela faz com que a força do abraço seja proporcional ao seu tamanho.

quarta-feira, 2 de março de 2011

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Tic-Tac

Não vou mais te cobrar pressa, falas rápidas.
Quero ouvir todas, receber, perceber e sentí-las
d e v a g a r z i n h o.
Pelo máximo de tempo que der.
Pra durar mais.

Mesmo que, no teu próximo conto,
você fique parado num canto.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

A primeira flor que ganhei veio do lixo


AMOR retirado daqui
Estávamos voltando ou indo de/a não-sei-onde.
Sei que no lixeiro, na porta da minha casa, havia uma flor.
Era uma rosa. Vermelha. Era de plástico também... mas era uma.
E eu ganhei.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Some day

E durante um banho semi-gelado,
até então ponto alto do meu dia, Johnny me lembra e me faz dizer o mesmo:

"I'm just an old chunk of coal, but I'm gonna be a diamond some day. I'm gonna glow and grow, 'til I'm so blue pure perfect. I'm gonna put a smile on everybody's face, i'm gonna kneel and pray everyday lest I should become vain along the way. I'm just an old chunk of coal, now Lord, but I'm gonna be a diamond some day. I'm gonna learn the best way to walk, i'm gonna search and find a better way to talk, i'm gonna spit and polish my old rough-edged self 'til I get rid of every single flaw. I'm gonna be the World's best friend, i'm gonna go around shaking everybody's hand. Hey, I'm gonna be the cotton-pickin' Rage of the Age.

I'm gonna be a diamond some day."

Ed Wood

Há quem diga ou um dia chegue a dizer que eu sou a pior-qualquer-coisa de todos os tempos e do planeta inteiro.
Talvez eu acredite. Talvez não.
E, se eu não acreditar, com certeza continuarei por aí, vivendo, produzindo e fazendo o que me faz sentir viva.


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Assim seja

Avisos pra você, que está chegando:
1. Não despreze as coisas pequenas, geralmente por aqui essas são as que valem mais. Se preciso, converse com o que acabou de ir embora, ele entendeu direitinho o que acabei de dizer.
2. Me ajude a perceber e viver bem cada dia (mesmo que, pra isso, eu precise acordar mais cedo). Às vezes eu me atrapalho com essas coisas.
3. Deixar de procrastinar todas-as-coisas-da-vida, principalmente aquelas com grande pontencial de dar certo (às vezes isso significa, simplesmente, fazer alguém - que pode ser eu - sorrir).

enfim, Fevereiro, acho que é isso.
Falando demais, pode ser que estrague as surpresas que a sua falta de saber o que fazer me traga. E, definitivamente, eu não quero isso.

(P.S: A lista não está em ordem de importância. Na verdade, acho que nem está em algum tipo de ordem...)

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

sábado, 8 de janeiro de 2011

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

ele não gosta de gerúndio

"Amor é bicicleta",

se aprende a andar
e nunca mais se esquece.

Mesmo quando se esquece de si.

domingo, 2 de janeiro de 2011