terça-feira, 29 de novembro de 2011

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Preferimos pagar a conta

De uns tempos pra cá, tenho abraçado mais minha avó.
Voinha, eu chamo.
Ontem mesmo, estava já esperando o elevador, fechado a porta a pouco tempo e até me despedido dela, que ficou na mesa, cansada do trabalho, fazendo contas.
"Ah!", pensei. E não aguentei.
Entrei de novo, dei um abraço desengonçado nela (ela estava sentada, afinal) e, durante isso, ainda a ouvi dizer:
"Eita, esses meninos estão sempre esquecendo alguma coisa!". Concordei: "É mesmo!" - enquanto a deixava amassadinha.
"O que foi, dessa vez?", perguntou.
Sem soltá-la, satisfeita, respondo: "Isso!".

Agora sim, eu podia ir. E a deixei lá, fazendo contas. 
Abraçada. Com um sorriso.

Os pontos podem fazer tudo parecer cheio de orgulho. Mas tudo aconteceu em meio a sinceridade e sorrisos. Mesmo se tratando de duas chatas, até o pensamento que me fez voltar pra abraçá-la estava com olhos apertados, covinha nas bochechas e dentes à mostra.