quinta-feira, 29 de novembro de 2012

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Receita

Há tempos que o Médico alerta, com letras legíveis (pasmem!):
minha gente, o Amor é panacéia!

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Tino

Ele pulou rapida e decididamente de dentro do ônibus, mesmo sem conhecê-la. 
Numa segunda-feira, às 7h da manhã, é difícil pensar no amor pela vida. Em doar-se.
Como um lembrete, a cena: uma mulher na cadeira de rodas, o elevador do ônibus emperrado - impedindo que este tocasse o chão. Decidida, ela subiria mesmo assim. Sem abrir a boca para reclamar de algo ou sequer pedir ajuda.
Mas tem fardos que são pesados demais para se carregar numa segunda-feira ou em qualquer outro dia da semana. Há quem saiba. Ele percebeu.
O seu pulo, forte e insuficiente. Porém, suas mãos e braços, fortes e sutis, a trouxeram para cima.
Sentou-se em sua cadeira; ela ocupou também o seu lugar - eu não ouvi, mas deve ter havido um "obrigada" no meio disso tudo. Talvez com o olhar. 
Ambos desconhecidos, levaram meu pensamento muito além do "será que o próximo é o meu?".

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Um pouco além do praxe

Deixei os versinhos um pouco de lado, porque às vezes eu preciso tentar falar muito falando muito. Até o momento em que eu perceber que estou me repetindo demais ou me perdendo nos sentidos - e talvez isso aconteça desde o comecinho até o fim. Preciso falar pra ver se eu entendo. E, se eu entendo, pra ver se eu faço, ponho em prática, abro mão, corro atrás, sacrifico, me jogo e me seguro. Seguro em Você. Me jogo em mim. Pratico o que eu nunca fiz e faço o que eu não sei. Abro mão do que eu não tenho e corro atrás do que já está comigo. Sacrifico o que não me pertence e aquilo que já te dei - ainda que constantemente eu tente tomar de volta. Você segura forte em mim, não joga fora, me acompanha na corrida, providencia aquilo que irei sacrificar, não apenas abre a mão - a estende, me entende e ensina. Como quando meu irmão tentou me ensinar matemática e a aula terminou em choro meu, eu questiono o porquê das fórmulas. Na recuperação, resolvo prestar atenção aos detalhes do desenvolvimento da equação e percebo que o professor sempre foi bom - eu que não estava disposta a aprender. Ainda assim, o aprendizado nem sempre é suficientemente forte pra apagar os questionamentos sobre o surgimento do problema. Mas funciona perfeitamente como lembrete de que a resposta vem no final. Percebo que a fórmula é também solução. E, aí, entregando a prova nas mãos de quem me ensinou, antes mesmo de receber a nota, eu posso descansar daquela corrida.

Esboço

"A criatura procura seu criador". Li. Pensei. 
Sobre aqueles casos em que familiares se reencontram anos depois do nascimento de um deles. O motivo pode ter sido um abandono, talvez. Porém, por mais perturbador e triste que seja, há casos em que tudo é esquecido depois do primeiro abraço. Com a vontade de recomeçar em uma mão e a certidão de nascimento para ser assinada na outra, os olhos fechados, a boca calada, o coração funcionando loucamente e o pensamento mais perto do que nunca (se fosse longe demais, correria o risco de lembrar que já foi triste), saem do abraço como quando é preciso levantar da cama cedo em um dia de chuva. Sem vontade alguma.  
O ponto (ou as reticências) é que minha certidão está assinada, tenho abraços, colo, apoio e parentes até dizer chega. Conheço a minha história - apesar de sempre esquecê-la quando resolvo contar a alguém sobre as complicações que tive e o trabalho que dei antes mesmo de completar um ano. Mas sei dizer bem quem me segurou, aonde me levou e, principalmente, por quem fui curada. É certo que, ao crescer, outras complicações me surgiram - essas, muitas vezes, provocadas por mim. Que só eu sabia. Era o que eu pensava, quando esquecia. 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Começa com T

Recomendo: tenha um amigo que te faça chorar.
Mas só se for como o meu. Enquanto ele não está, também não parece se preocupar o tempo todo em preencher seu vazio aqui (que é grande e eu só noto quando o vejo). Mas, às vezes, tenho a impressão de que cochicham no ouvido dele e, daí, formam-se as palavras que lerei mais tarde. 
- Não é que não possam ter saído da sua mente, mas é que são sempre tão certeiras que deve ter algo de mágico nisso! - 
Apesar de eu nunca ter ouvido, acho que cochicham por aqui também. 
- Assim, sei exatamente quando procurar lê-las. -
Provavelmente, não no meu ouvido... se assim fosse, eu saberia exatamente o que comentar  (seja para parecer inteligente, compreensiva ou confusa). 
Mas eu quase nunca tenho o que escrever diante de seus escritos. 
Talvez o cochicho, aqui, seja no coração.
Quando ele não está preparado.

domingo, 17 de junho de 2012

Sobre engano

Pra quem não conhece som de tiro,
cada estalo bebé é uma alma.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Sim, please

A água que escorre no vidro faz o papel chorar e nos faz derreter. Só por fora. A luz fica linda na chuva.
(e as duas te fazem ficar bem bonito também - mas é segredo)
Somos um caminhão de bonança em meio à tempestade. Mesmo estando dentro de um carro, mesmo sendo eu. Às vezes sinto vontade de estar lá fora. Sei que não demoraria pra eu voltar correndo - querendo muito sentir teu rosto quentinho. Sei também da tua disposição em estar debaixo da chuva comigo. Fico aqui.


domingo, 10 de junho de 2012

Porquin

Querendo livrar-se de alguns pensamentos, balança a cabeça. 
Tal qual quem tenta retirar moeda de um cofre sem quebrá-lo, o esforço é muito para pouco resultado. 
O pensamento não valeria um centavo.

domingo, 6 de maio de 2012

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Fiozinho

Comecei maio olhando pra cima e ganhei de presente uma constatação:
o céu está voltando a receber pipas e o vento, com todo seu carinho-azul que nunca foi embora, as embala!

sexta-feira, 27 de abril de 2012

sábado, 14 de abril de 2012

sábado, 31 de março de 2012

"Tem, mas tá em falta".



Não adianta pichar os muros pedindo, por favor, mais amor e não estender a mão.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Folha

Como menina leve, que é empurrada pelo vento forte,
assim sou eu pelo tempo, quando tento olhar para trás.