sexta-feira, 29 de maio de 2009

Um diamante azul
de cor e valor desconhecidos
à procura do anil,
acha espaço para si no coral.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Faltam cinco eternos minutos para terminar a aula de física, a última desse infinito dia. A cólica insiste em não me largar, junto com as dores nas costas, ombros e pescoço (resultado da instável posição de dormir). Agora faltam dois, tempo suficiente para eu me perguntar (e ficar inconformada com a falta de uma resposta "satisfatória"): Por quê, ao contrário de agora, o tempo passa rápido quando estou contigo?

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Maio parece sempre reservar alguma surpresa pra mim. Seja essa surpresa: Chuvas me colocando pra dormir, borboletas vindo de lugar nenhum e indo parar no meu estômago, alguém me esperando no banco, na sala ou na porta; alguém me esperando.
Resolvo abrir a porta. A porta "escondia" um mundo que, na verdade, parece estar sempre no plural. No singular, o mundo engloba churros, ficção científica, formas de controle, um vício, dedicação, paciência e muita criatividade. Atravessando a porta, talvez você adquira a habilidade de completar palavras ou comece a se enrolar com elas (até você descobrir que é melhor se enrolar nelas). Pensando bem, nesse mundo (sempre travo na hora de decidir entre plural ou singular - fico com o singular), não se dá tanta atenção às palavras, talvez isso tenha algo a ver com o fato de elas nos enrolarem às vezes. Porém, eventualmente, dá-se conta de que podem ser usadas como cobertor e exercer a função - a de aquecer; o coração - tão bem quanto um.
Ainda hão de vim muitas palavras, algumas incompletas, umas esperando tradução, outras querendo fugir e outras apenas a fim de exercer sua função.
Eu gosto.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O tempo não tem engatinhado, pelo menos não nos últimos treze dias e, mais especificamente, em oito deles. Tem passado mais depressa do que o normal, tanto que acho que nem uma hora a mais no relógio seria suficiente pra compensar toda essa pressa. Mas eu bem sei que, se essa décima terceira hora existisse, seria a mais divertida, linda, azul e laranja de todas. Só por ser assim, ímpar. E há quem diga que azul e laranja não combinam, mas pra essas pessoas eu pergunto: Quem disse que precisa combinar?

(e quem disse que não combina?)

domingo, 10 de maio de 2009

Minhas palavras são mais simples do que eu gostaria, mais claras do que eu queria e mais reveladoras do que eu poderia imaginar.

Até queria saber escrever assim, sem dizer o porquê, a razão, mas eu acabo sempre me entregando no final (ou no meio, ou no começo).

Eu preciso ouvir e falar, o sentir está na conta - que não é minha (e ainda não foi paga).

EU gosto.
"Palavra do Dia
Azucrinar



Azucrinar: v. tr. Bras., importunar, maçar; perseguir com lamúrias ou choro."



E é exatamente isso que algo dentro de mim vem fazendo: Me azucrinando, importunando, perseguindo com lamúrias. Quem dera, às vezes, as palavras significassem só uma coisa e, dentre todas essas, eu ficaria com a palavra "com", por mais incompleta e sem sentido que ela pareça. Mas que falta fazem as palavras. As pessoas insistem em guardá-las.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Eu olhei, não estava olhando pra mim. Eu liguei, não atendeu. Eu até falei, mas não atentou pra ouvir. Não que se importe nem que isso, agora, mude algo, mas é importante que fique claro: Nada passou despercebido. Porém, era pouco.
Leio muito por aí - e temo que até eu já tenha escrito - coisas como "Que venham novas oportunidades", "Que venham novos empregos". E acabo me perguntando: O que as pessoas que escrevem isso fazem para que o que elas desejam venham?

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O vermelho sempre ganha do azul, foi o que eu fiquei sabendo. Dado que é preciso saber perder e nem sempre a vitória é a melhor forma de aprender algo, eu fico com o azul. Talvez ele não seduza, não ganhe, não chame atenção. Mas a calmaria e a inspiração que o azul do céu, do mar, do sorvete e de tantas outras coisas me traz, não me deixa preferir outra cor (mesmo que isso signifique perder, às vezes, quem sabe!?).